#020 - Dashboards demais, contexto de menos: a capacidade de leitura estratégica
Bastidores Jurídicos na Disney e na Ripple | Novas Colunas: Privacy e Gen Z Law | Burnout custa 3,75 bi | IA sem tela | E-commerce instantâneo
Bem-vinda(o) à edição #020 da Future Law 360º!
No Direito, interpretar vale mais que acumular dados. Nesta edição, falamos sobre a armadilha dos dashboards bonitos e a urgência de cultivar leitura estratégica — aquela que capta contexto, escuta o negócio e antecipa decisões. Trazemos também movimentações de peso no mercado jurídico, colunas que estreiam com novas lentes e um giro global que conecta IA sem tela, farmácias automatizadas e o WhatsApp virando plataforma de trabalho.
Aqui está o que preparamos para você hoje:
NESTA EDIÇÃO #020
💡 Dashboards demais, contexto de menos: a capacidade de leitura estratégica
🗞️ Juris Insider: Lucia Tonete (Disney), Maria Isabel Longhi (Ripple), Nicolas Robinson Andrade (OpenAI) e mais
🪡 Entre Linhas: Tatiana Coutinho e Rafa Marques lançam a Coluna Privacy; Pedro Galvão estreia Gen Z Law
🧠 Burnout custa caro: R$ 3,75 bi em ações trabalhistas só em 2025
🤝 Altman + Jony Ive: vem aí o dispositivo de IA sem tela
🛍️ E-commerce instantâneo: Shopify lança lojas inteiras com um único prompt
🤖 Walgreens automatiza produção de remédios
💬 WhatsApp corporativo? Copilot agora com agentes em equipe operando direto no app mais usado do país
Segunda-feira, 26/05/2025, 11:11
Editorial
Dashboards demais, contexto de menos e a capacidade de leitura estratégica
Há alguns dias, numa conversa de corredor num evento do setor, ouvi de um diretor jurídico:
"O problema não é a falta de informação. É a falta de interpretação."
Essa frase ficou reverberando. Porque ela toca num ponto sensível: hoje, todo mundo fala de dados, de indicadores, de dashboards sofisticados. Mas poucos sabem, de fato, o que esses dados estão dizendo. Ou melhor — o que eles estão pedindo.
No Direito, seguimos presos a um paradoxo curioso: ao mesmo tempo em que somos cobrados por precisão técnica, também nos tornamos corresponsáveis por decisões estratégicas de negócio. E isso exige outro tipo de leitura. Uma leitura que escuta o contexto, reconhece a mudança cultural e entende que risco jurídico não é apenas uma variável normativa — é também uma variável política, reputacional, social.
Não é diferente do que acontece com o consumo. Ninguém compra só um produto. Compra um símbolo, uma solução, uma sensação de segurança ou pertencimento. No mundo jurídico, também não se busca apenas uma resposta “certa”. Busca-se confiança. Clareza. Inteligência aplicada. E isso não se automatiza.
Nesta edição, seguimos provocando reflexões que ajudam a interpretar o agora — sem fórmulas prontas, sem ruído, com profundidade. Porque a diferença entre um jurídico funcional e um jurídico relevante não está nos slides — está na escuta.
E escutar, aqui, não é esperar calado.
É investigar.
É perguntar o que ainda não foi dito.
É enxergar o que ainda não virou tendência, mas já está alterando decisões.
5 insights práticos para aplicar agora:
Refaça seu mapa de riscos com base em comportamento, não só em norma.
Os gaps de hoje nascem menos da ausência de controle e mais da falta de leitura contextual.Use reuniões de rotina para investigar mudanças no negócio.
Em vez de apenas dar respostas jurídicas, experimente fazer perguntas estruturantes.Desconstrua indicadores estéticos.
Não se deixe seduzir por dashboards bonitos: foco em métricas que sustentem decisões, não apresentações.Forme alianças com áreas não jurídicas.
Compliance, jurídico e dados precisam conversar mais entre si. Iniciativas cruzadas criam inteligência real.Treine sua equipe para escutar antes de responder.
Comunicação jurídica estratégica começa na escuta ativa — e isso pode (e deve) ser treinado.
FL360
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🗞️ Juris Insider
Sua janela pros bastidores do mercado jurídico
As movimentações seguem intensas — e cada vez mais estratégicas. O mercado se redesenha com nomes de peso assumindo posições-chave em empresas que estão na linha de frente da transformação.
#1 The Walt Disney Company Brasil anuncia Lucia Tonete como nova Assistant Chief Counsel e Vice-Presidente Jurídica. Com trajetória internacional e forte atuação corporativa, Lucia lidera a área jurídica da Disney no Brasil em um momento de transformação na indústria do entretenimento.
#2 Ripple nomeia Maria Isabel Longhi como Diretora de Políticas Públicas e Regulação para a América Latina. Em meio à crescente atenção regulatória sobre criptoativos e blockchain, a Ripple aposta em liderança local para fortalecer sua atuação institucional na região.
#3 SHEIN Brasil integra Beatrice Laranjeira da Silva como nova Gerente Jurídica
Sua atuação reforça a estrutura jurídica da SHEIN em um momento de crescimento acelerado e atenção regulatória no setor de e-commerce e varejo global.
#4 Fundação Lemann anuncia Nicolas Robinson Andrade na rede de líderes, reforçando sua atuação em tecnologia, educação e políticas públicas. Na OpenAI, ele continua liderando a interlocução institucional da empresa como Head de Políticas Públicas na região, em um dos cargos mais estratégicos da IA no Brasil e no mundo.
# 5 Vinci Compass apresenta Carolina Sardenberg Sussekind como sua nova Diretora Jurídica. Em uma casa de investimentos que lida com grandes decisões financeiras, a chegada de Carolina fortalece o jurídico com visão de risco e solidez institucional.
#6 Jusbrasil recebe Isabella Frajhof como Legal Expert. Isabella passa a integrar a maior plataforma jurídica do país, contribuindo para o desenvolvimento de soluções que cruzam tecnologia, dados e acesso à justiça.
📌 Quer ver seu nome por aqui?
Manda sua novidade pra gente. O Juris Insider é o lugar onde as movimentações mais estratégicas do jurídico ganham os holofotes
360@futurelaw.com.br
🪡 Entre Linhas
Publicadas toda quarta e sexta, sob a coordenação e autoria das vozes mais relevantes do universo jurídico. Nesta semana, celebramos duas novas estreias que ampliam ainda mais nosso repertório de temas e olhares:
🔐 Tatiana Coutinho e Rafa Marques inauguram a Coluna Privacy, trazendo reflexões potentes sobre proteção de dados, vigilância e autonomia informacional.
⚡ Pedro Galvão coordena a Coluna Gen Z Law, dedicada a explorar as transformações jurídicas sob a perspectiva das novas gerações.
Toda quarta e sexta, novas vozes, novas lentes.
Afinal, é nas entrelinhas que o Direito se transforma.
News
🇧🇷 🌍 Lex Power
O que está em pauta no Brasil e no Mundo?
🧠 Burnout custa caro: R$ 3,75 bi em ações trabalhistas só em 2025
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🤝 Sam Altman + Jony Ive: vem aí o companheiro de IA sem tela
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🛍️ Shopify lança lojas que se constroem sozinhas com IA
Nova ferramenta da Shopify cria ecommerces completos em minutos com um bom prompt. Designer, dev e redator agora cabem em uma linha de texto. Uma revolução silenciosa no varejo: cada indivíduo pode virar um ponto de venda.
👓 Google e Warby Parker lançam óculos com IA
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🚀 Future Law 360º: Liderando o Presente, Desenhando o Futuro Jurídico
Aqui, você encontra análises que não apenas informam, mas orientam decisões. Nossa curadoria nasce do que está acontecendo agora — e do que ainda vem pela frente.
Se você tem um case transformador, um insight estratégico ou quer ver um tema debatido por aqui, escreva pra gente. Afinal, esta newsletter é feita para você e com você.
Sobre a Curadoria
Olá! Sou Tayná Carneiro, sócia-fundadora da Future Law, advogada, professora, doutoranda e mestre em Direito. Atuo na interseção entre tecnologia, regulação e estratégia para qualificar decisões, estruturar soluções e reposicionar o Direito diante dos novos paradigmas.