#022 - Chegou a hora de parar de romantizar a empatia (e começar a tratá-la como método de gestão)
Juris Insider | 99, Roche, Santander, Toyota, Usiminas | Carreiras Jurídicas, ESG e Legal Ops | IA, robotáxis, TikTok Shop, radar com algoritmo e os dilemas do direito em tempo real
Bem-vinda(o) à edição #022 da Future Law 360º!
O futuro do trabalho jurídico está mudando – e não é só por causa da tecnologia. Liderar times em ambientes complexos e em constante transição exige muito mais do que inteligência técnica. Exige maturidade emocional, presença e estrutura. Nesta edição, empatia entra no centro do debate — não como cortesia, mas como competência operacional. Também trazemos os bastidores do mercado jurídico, cases que desafiam os limites da regulação e uma curadoria estratégica pra quem quer se antecipar ao que vem por aí.
Aqui está o que preparamos para você hoje:
NESTA EDIÇÃO #022
💡 Editorial | Empatia não é bônus. É base. Chegou a hora de parar de romantizá-la.
🗞️ Juris Insider | 99, Roche, Santander, Toyota, Usiminas e mais movimentações de peso
🪡 Entre Linhas | Três estreias que mostram por onde a transformação começa: carreira, ESG e Legal Ops - Marcella Cruz sobre Carreiras Jurídicas, Gustavo Potrick sobre Legal Ops e Karina D'Ornelas e Leonardo Freire sobre Liderança Corporativa
📈 Lex Power | IA, robotáxis, TikTok Shop, radar com algoritmo e os dilemas do direito em tempo real
📚 Biblioteca Future Law 360º | Conteúdos estratégicos sobre inovação jurídica e as habilidades mais demandadas do mercadoSegunda-feira, 09/06/2025, 11:11
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Editorial
💡 Empatia não é bônus. É base.
Na última mentoria com uma liderança jurídica sênior, escutei: “Eu sei que empatia é importante, mas não tenho tempo pra ser terapeuta.”
Não é raro ouvir isso. E o problema não está na sinceridade — mas no que ela revela.
Ainda há quem trate empatia como cortesia opcional. Um gesto bonito, mas dispensável. Só que, no mundo real, o custo da ausência é alto: perda de talento, bloqueio criativo, baixa retenção, burnout disfarçado de alta performance.
Empatia não é sobre ser bonzinho. É sobre ser eficaz.
E, mais do que nunca, é uma habilidade técnica de liderança. Especialmente em ambientes de alta exigência, incerteza e mudança constante — ou seja, todos os jurídicos que conhecemos.
Abaixo, cinco insights práticos que mostram por que empatia é um ativo estratégico (e como aplicá-la com inteligência):
Sem definição clara, empatia vira ruído.
Times precisam saber o que exatamente é esperado como comportamento empático. Não basta dizer “seja empático” — é preciso definir como isso se traduz na cultura: escuta ativa, espaço para discordância respeitosa, validação de experiências. Isso se ensina. Isso se modela.Empatia não é se colocar no lugar do outro — é perguntar onde o outro está.
Grandes líderes não preenchem o silêncio com suas próprias histórias. Eles escutam para entender, não para responder. Evitam o “eu também”, o “pelo menos”, o “vai passar”. Trocam isso por perguntas abertas e presença real. A escuta, hoje, é diferencial competitivo.É possível — e necessário — equilibrar empatia e accountability.
Ser empático não é ser permissivo. É criar soluções ajustadas sem abrir mão do resultado. É perguntar “como posso te apoiar sem deixar o time na mão?”. Isso exige maturidade, protocolo e conversa adulta. Mas é isso que sustenta a confiança organizacional no longo prazo.Empatia sem limite vira exaustão.
Líderes que absorvem tudo, que não protegem sua energia e agenda, viram gargalo. Empatia não é carregar o outro — é facilitar acesso ao que ele precisa. Aprender a dizer “não agora”, “posso te ouvir à tarde”, ou “vou te conectar com alguém que pode te ajudar melhor”. Isso é autocuidado, mas também é gestão.A linguagem importa. Muito.
Frases como “eu entendo exatamente como você se sente” ou “isso não é tão grave” minam a relação. Substitua por: “me conta mais sobre como isso te afetou”, “isso parece ter sido difícil”, “obrigado por confiar em mim com isso”. Parece detalhe. Mas muda o jogo.
Empatia não é um risco à autoridade. É o que torna a autoridade legítima.
Porque liderar, no fim, é mover pessoas — e ninguém se move quando não se sente visto.
Empatia não é o que suaviza a liderança.
É o que a torna possível.
FL360
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🗞️ Juris Insider
Sua janela pros bastidores do mercado jurídico
As movimentações da semana mostram um mercado dinâmico, com profissionais assumindo posições de liderança em setores estratégicos. Em comum, todos contribuem para um jurídico mais integrado, inovador e posicionado no centro da tomada de decisão.
#1 99 – Maysa Demarchi Scrocco é a nova Head of Legal Department. A empresa de mobilidade urbana vive desafios complexos em regulação, dados e novos modelos de negócio. O jurídico ganha musculatura para atuar de forma transversal e estratégica.
#2 Roche – Carlos Liguori assume como Data Privacy Manager. Em uma indústria que lida com dados sensíveis e marcos regulatórios globais, a proteção à privacidade é peça central do negócio.
#3 Santander Corporate & Investment Banking – Cristiano Maciel Carneiro Leão é o novo Executive Director. A entrada fortalece a vertical jurídica de um dos maiores players financeiros do país.
#4 Toyota do Brasil – Marina Pazelli Brigatto passa a atuar como Coordenadora Jurídica. A transformação da mobilidade exige jurídico ágil, técnico e com visão de futuro.
#5 Usiminas – Karoline Pinheiro assume como Compliance Specialist. Em um setor de alta complexidade regulatória, reforçar a integridade institucional é prioridade.
#6 HCLTech – Susana Leone começa como Senior Privacy Analyst. Na interseção entre tecnologia, proteção de dados e compliance global, a atuação exige precisão técnica e visão regulatória.
#7 Amcham-Brasil – Sérgio Guerra integra o Centro de Arbitragem e Mediação (CAM AMCHAM) como árbitro. Nome de peso, fortalece a credibilidade do centro e aproxima academia da prática arbitral.
#8 PUC Angels – Camila G. Caresi Rupe inicia como Líder Anjo. Conectando direito, inovação e investimento, a posição amplia a atuação jurídica no ecossistema de startups universitárias.
#9 Orizon Valorização de Resíduos – Paulo Roberto Gozzi assume como Diretor Jurídico. O setor de resíduos sólidos ganha força com a pauta ESG — e o jurídico se torna protagonista.
#10 FAETEC – Alexandre Gurgel é o novo Vice-presidente Educacional. A chegada fortalece a integração entre políticas públicas de educação e a visão jurídica-institucional.
🪡 Entre Linhas
Nesta semana celebramos três novas publicações, que ampliam ainda mais nosso repertório de temas e olhares:
🌱 Construindo Carreiras Jurídicas com Propósito e Estratégia - Marcella estreia na Future Law 360º compartilhando sua trajetória de reinvenção — de escritórios tradicionais à advocacia corporativa. Mostra como a técnica é só o começo, e que soft skills, estratégia e autoconhecimento são essenciais para construir uma carreira relevante. Uma coluna pra quem quer ampliar horizontes (e possibilidades).
🧭 Liderança corporativa em tempos de transição - Karina D'Ornelas e Leonardo Freire analisam como a agenda ESG está deixando de ser discurso para se tornar risco jurídico real. Com novas regras, cobranças e expectativas, liderar hoje exige mais que compliance: pede visão sistêmica, diversidade cognitiva e capacidade de resposta. Quem não se adapta, será adaptado.
🎯 Legal Ops e o Saber Fundamental de Deming - Gustavo Potrick resgata os quatro pilares de W. Edwards Deming — visão sistêmica, teoria do conhecimento, variação e psicologia — e os conecta aos fundamentos de Legal Operations. Propõe a inclusão estratégica de “Dados” como quarto pilar, ao lado de Pessoas, Processos e Tecnologia. Um chamado à maturidade, com base em gestão integrada e valor mensurável.
News
🇧🇷 🌍 Lex Power
O que está em pauta no Brasil e no Mundo?
🎬 Disney demite, IA avança. A substituição de equipes por IA generativa acende alertas sobre autoria, contratos coletivos e direitos trabalhistas no setor criativo. O jurídico do entretenimento precisa de novas cláusulas.
🤖 AirPods viram dispositivo médico. Os novos sensores transformam fones em wearables. Surge uma zona cinzenta regulatória: até onde vai a fronteira entre acessório pessoal e equipamento de saúde?
🚁 Drones kamikaze e Direito da guerra. O uso de IA autônoma em zonas de conflito pressiona as Convenções de Genebra. Quem responde por uma decisão letal algorítmica? O Direito Humanitário precisa de atualização.
⚖️ “OAB da medicina”? Enquanto o Brasil discute um exame nacional para médicos, IAs superam humanos em diagnósticos laboratoriais. A integração homem-máquina na saúde demanda novas diretrizes ético-legais.
⚛️ Meta compra energia nuclear. A big tech assume controle sobre geração energética para IA. Isso reposiciona empresas privadas como atores geopolíticos e levanta debates sobre regulação de infraestrutura crítica.
🛍️ TikTok Shop fecha a torneira. A redução do alcance orgânico impõe uma nova lógica regulatória: marketplaces que viram mídia devem seguir qual legislação? Comércio digital, proteção do consumidor e concorrência em xeque.
🚦 Tesla atropela, e a culpa é de quem? Um carro autônomo com o FSD ligado atravessa sinal vermelho e mata uma mulher. A responsabilidade civil por software entra no centro da discussão jurídica global.
🔍 Google pausa o “Ask Photos”. A IA que respondia perguntas a partir de fotos pessoais escorregou no debate sobre privacidade. Quando memória vira dado estruturado, o Marco Civil e a LGPD precisam ser revisitados.
📚 Reddit processa a Anthropic. A rede social acusa uso não autorizado de conteúdo para treinar IA. Começa uma nova jurisprudência sobre dados públicos, autoria digital e remuneração pela inteligência coletiva da web.
📸 Radar que multa com IA. Startups já instalam câmeras que emitem multas automáticas. Mas onde está o contraditório? O algoritmo vira autoridade — e o Direito Administrativo precisa decidir se ele também pode ser réu.
👵 Uber para idosos. A versão sênior do app mostra que acessibilidade digital também é direito. Empresas que ignorarem isso poderão ser cobradas por exclusão indireta .
⚽ CazéTV + Disney = Copa no streaming. Mais que mídia, uma fusão de modelos. Mas e os contratos de transmissão, uso de imagem e direitos internacionais? O esporte como conteúdo digital exige cláusulas do século XXI.
🧑💼 Demissões na P&G. A IA chega aos cargos administrativos. Jurídico, marketing e RH estão no alvo. Relações de trabalho e responsabilidade por decisões automatizadas entram no radar do Direito do Trabalho 4.0.
💉 Caneta genérica da EMS. A chegada do Olire inaugura a era dos genéricos no tratamento da obesidade. Com isso, surgem disputas regulatórias, concorrenciais e sanitárias que o setor jurídico precisa acompanhar de perto.
🧬 A morte é opcional? Kurzweil prevê nanorrobôs que eliminam doenças e regeneram tecidos. Mas quem regula a biotecnologia radical? Direito Médico, Bioética e até Direito Sucessório terão que ser reescritos.
📊 Meta compra a Scale AI. Zuckerberg investe mais de US$ 10 bilhões em curadoria de dados. Porque sem dados bem rotulados, não há IA potente. A nova disputa é por governança, qualidade e licenciamento de datasets.
🚀 Future Law 360º: Liderando o Presente e Construindo o Futuro do Direito
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Sobre a Editora
🌟 Olá! Sou Tayná Carneiro, Sócia e Diretora de Relações Institucionais da Future Law, professora, doutoranda e mestre em Direito, apaixonada por conectar inovação e estratégia ao universo jurídico. Compartilho ideias e projetos que inspiram profissionais e fortalecem organizações no setor .
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